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Pra relaxar, seguindo o exemplo de algumas pessoas da minha vida entrei nessa de Blog. Vamo ver o que sai daqui.

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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Paciência, persistencia e mudança

Não dei dizer como nem quando aconteceu mas eu consegui me tornar uma pessoa persistente. Isso e uma grande vitoria pra mim. Acho que de certa forma, sempre fui, mas, mesmo assim me faltou a paciência pra ser persistente em muitos momentos de meu passado. Isso mudou, graças a Deus com estou fazendo as pazes e graças a mim, por não ser tão burro e entender, mesmo que demoradamente, quais foram as minhas falhas. Faltou persistencia.

Não sei se se encaixa, no meu caso e nesse caso, o termo persistencia, falando daquela sempre tive. Muitas vezes veio junto com o orgulho, grande qualidade e defeito que possuo. Sempre que tomei alguma atitude com relação ao meu comportamento ou ao de alguém mantive minha postura, mesmo que não eu queira, que sinta que pode ser diferente ou que já alcancei o efeito ou a consequencia que desejei. Assim minha persistencia de sempre, atrapalha mais que ajuda. Uma vez, durante um relacionamento, minha namorada e eu estávamos jogando cartas. Ela me ensinava um jogo que parecia buraco, mas tinha outro nome algumas regras diferentes, um jogo mais difícil, mais duro que pode ser uma forma mais inteligente de jogar. Confuso por causa das novas regras e do velho habito de jogar buraco eu sempre me confundia. Ela ria, se divertia com minha cara e claro que ganhava com grande diferença de pontos. Eu não ligava ate que começava a ligar, ai perdia a calma mas continuava no sangue frio e com vontade de aprender(Leia de não perder). Numa das partidas ela bateu sem cumprir uma das regras do jogo eu reclamei brincando que ela estava roubando. Ela achou ruim e resolveu cancelar o jogo dizendo que não da pra jogar comigo e que não ia mais fazer isso. Ok, você que sabe. Dias depois ela veio pra mim:

- Vamos jogar aquele jogo? – E eu, pensando no que ela havia dito respondi bem menos do que me ocorreu fazer:

- Não to afim. - Isso aconteceu umas vezes e ela percebendo que eu não ia mais jogar acabou desistindo. Nunca mudei minha postura com o tal jogo.

Minha mãe reclamava muito comigo que eu não era persistente. Que largava ou desistia das coisas muito fácil, que eu me empolgava e esquecia das coisas com a mesma facilidade. Fiz isso quando criança no karate, no primeiro e no segundo curso de inglês, na minha primeira faculdade. Fiz isso no que eu considero meu primeiro emprego. Era na joalheria do Seu Moisés, na rua que morava, eu tinha uns 12 anos, era amigo do filho dele, Cassio que tinha uns 16 e me levava pra uma pista de bicicross improvisada não muito longe de casa. Acho que ele só me levava pra rir das minhas quedas. Insistentes quedas horríveis. Eu me arrebentava todo, cheguei a ganhar um capacete do filho do Seu Moisés porque ele percebeu que eu não ia desistir de cair ou de tentar ate fazer direito. E eu fiz! Como o Cassio trabalhava com o pai durante a tarde, eu ia sempre la e adorava ver o trabalho deles. Ouro, pedras, aqueles anéis e correntes quebradas e foscas eram entregues novinhas aos clientes. Tinham as jóias de encomenda, alianças, pingentes, lembro de quando Seu Alberto Boaventura(grande amigo, mestre e personagem que vou dedicar umas letras algum dia) foi encomendar um presente para o neto que estava se formando:

Abotoaduras de ouro com o as iniciais do nome do neto em esmeralda. Ele trouxe o desenho que queria e eu não botei fé que o Seu Moisés fosse fazer igual. Passei uma semana assistindo ao trabalho do joalheiro que como ia mostrando umas manhas pro filho, me incluiu nas aulas. Todas as tardes, as 17 horas o artezao parava o que estava fazendo para se dedicar a encomenda do meu amigo velho. Vi ele fazer o molde para o metal, cortar e lapidar as pedras que o próprio cliente trouxe em forma de elegantes letras, vi derreter, moldar, martelar, lixar, polir e ajudei a fazer umas caixinha de madeira que ele botou uma almofadinha e forrou com veludo preto bem fino com as inicias bordadas na tampa da caixa. Noooassa! Era aquilo que eu queria fazer da vida! Ser joalheiro. Um artista do metal e das pedras. Ganhar dinheiro fazendo reformas e concertos nas jóias danificadas e de vez em quando poder expressar meu talento e dedicação em coisas como a encomenda de Seu Alberto. Passei semanas pedindo pra trabalhar pra ele. De tanto que insisti, ele me prometeu uma vaga de 4 horas por dia nas ferias. Aguardei ansiosamente e quando chegaram as ferias me apresentei na primeira segunda feira depois do fim das aulas. Comprei ate uma camisa de botão pra trabalhar.

Mas meu emprego durou dois dias. No primeiro ele me deu vários anéis para polir na maquina. Aquilo machucou meus dedos e doeu minha mão. No segundo, me ensinou a derreter ouro e prata pra colocar nos moldes de barrinhas. O maçarico esquentava demais, queimou minha mão, as barrinhas também me queimaram. No terceiro dia, passei pomada de queimadura nas mãos, peguei a bike e o capacete e fui pra pista de bicicross.

Havia abandonado meu primeiro emprego. Só depois entendi por Seu Moisés e o filho tinham as mãos grossas e cinzentas.

Meu segundo, real primeiro emprego foi no Macdonalds, durou 4 meses. Trabalhei com fotografia de eventos com dois amigos e igualmente empolgados e desmotivados, foi rapidinho.

Um chefe que tive num hotel me disse uma vez que o segredo e paciência e persistencia. Demorei de captar a mensagem, mas entendi na hotelaria mesmo como isso funciona. Algum tempo alguém me disse que admirava minha persistencia. Que acha bonito de ver como eu vou ate o fim quando começo algo, não importa a dificuldade nem o cansaço. Não sei descrever como foi bom ouvir esse tipo de observação sobre mim. Me me mostrou que cresci, amadureci e continuo evoluindo. Alguém me disse que amadurecer dói. Dói mesmo. Mas o resultado...

E bom sentir-se orgulhoso da própria mudança, uma vitoria pessoal. Bom mesmo!

P.S. Ate hoje morro de vontade de jogar aquele buraco diferente.


Assuntos internos:

Obs: so fiquei triste de perceber que me tornei uma vez uma namorada em um relacionamento... Preciso agir mais como tal, pra nao me machucar mais ...

OBS. 'Uma vez, uma namorada' foi usado para não dar noção de tempo, não para especificar qual ou quando ou de quem se trata. Continuo te amando


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